Uso de aplicativos cresce entre usuários e taxistas
Estender o braço para chamar um táxi no meio da rua ou ligar para uma central e ficar esperando ser atendido aos poucos está virando coisa do passado em Belo Horizonte. A adesão aos aplicativos de celular, que encontram o carro com apenas alguns cliques e poucos minutos, é cada vez maior. Em pouco mais de um ano, um desses serviços, o Way Táxi, registrou um aumento de 2.000% no número de usuários. Os taxistas cadastrados também cresceram mais de 3.000%.
Em setembro de 2012, segundo a empresa que gerencia o Way Táxi, eram 125 taxistas e 4.000 passageiros atendidos em Belo Horizonte e região metropolitana. Agora, já são 80 mil usuários e 4.000 profissionais cadastrados – um terço do total. Há pelo menos seis aplicativos disponíveis no mercado.
Quem aderiu acredita que a novidade veio para ficar e está minimizando o dilema para conseguir táxi na capital. “No Natal, antes da ceia, eu chamei um pelo aplicativo e em menos de 20 minutos eu já estava dentro do carro. Me surpreendeu muito, e agora tenho usado quase diariamente”, contou o analista de teste Fábio Augusto Gomes, 30.
Como o serviço é de graça, muitos taxistas começaram a deixar as cooperativas, onde pagam até R$ 600 de mensalidade para receber chamadas. Profissionais que usavam celular simples e nunca se imaginaram investindo em novas tecnologias, como José Marcelino Rodrigues, 53, agora estão atendendo só pelos aplicativos.
Rodrigues trabalhava em cooperativa há 14 anos, mas resolveu arriscar depois que viu os colegas falando bem da novidade. “Comprei um celular bom, que tem internet, por R$ 850, e com os amigos aprendi a usar. Está valendo a pena. Agora tenho até Facebook e tiro foto pelo celular”, contou Rodrigues.
O taxista Adílio Gomes de Souza, 50, também investiu em aparelho novo. “Me adaptei para trabalhar com os aplicativos. Comecei a usar no fim do ano. Mas continuo na cooperativa”, disse.
Diante desse movimento, cinco cooperativas da capital se reuniram e lançaram neste mês um aplicativo próprio, o TaxiOn, para atender os passageiros e manter os taxistas. “Os próprios usuários começaram a pedir e realmente tivemos uma baixa no número de taxistas. É uma aposta nova do mercado”, disse o presidente da Coopertáxi BH, Marco Antônio da Silva.
Manuseio
BHTrans. A normatização dos aplicativos pelos taxistas foi publicada em 2012. A única restrição é quanto ao manuseio, que é proibido enquanto o táxi estiver em movimento.
Como usar
A ferramenta. Motoristas e passageiros se cadastram pelo celular ou computador. Registram nome completo, foto, endereço e, no caso do usuário, o destino da viagem. O pedido da corrida chega no celular do taxista.
Como é. Depois de cadastrado, o dispositivo vê onde o usuário está e procura o taxista mais próximo. Aceita a corrida, o passageiro acompanha onde o carro está e quanto tempo vai levar para chegar.
Opções. Waytaxi, Easytaxi, 99taxi, resolveAí taxi e TaxiAqui.
Ferramentas disponibilizam opções de carro e pagamento
Os aplicativos de táxi disponíveis permitem que o usuário escolha se quer um carro com ar condicionado, porta-mala grande e que aceite cartão de crédito ou débito. Mas isso pode restringir a busca e aumentar o tempo para encontrar um taxista. Os passageiros também podem classificar o motorista e bloquear ou rejeitar os que forem ruins até três vezes – para evitar trotes.
“É muito prático, não precisamos ligar e ficar aguardando no telefone. Você pode escolher como quer pagar, e quando chama o táxi, vem no tempo certinho informado”, disse a encarregada de departamento pessoal, Natália Ornelas, 27.
Em São Paulo, algumas empresas já oferecem ao passageiro a escolha de um taxista bilíngue ou que seja guia turístico. Mototáxis também já estão atendendo através dos aplicativos na capital paulista.
Outras tecnologias para táxi estão disponíveis para celulares como aplicativos que procuram pontos de táxi próximos e os que já calculam o valor da corrida.
Via: Otempo